quinta-feira, 4 de novembro de 2010

FALANDO SOBRE O ORIXÁ IROKÔ.....













Tópico: IGI ODÁN - IGI ÌRÓKÒ


Igi Odán -
Ficus sp – Moraceae Nascida epífita e espontaneamente, semeada no andar superior da floresta por algum pássaro que se alimentou de seu fruto, esta impressionante árvore resplandece independente do lugar, exibindo poderosas raízes que contrastam com as sombras silvestres e com a folhagem verde-escura de uma monstera escandente em seu tronco.É uma árvore que cresceu na contra-mão do usual e comportado de-baixo-para-cima da maioria das árvores. Seu broto nasce no galho de uma árvore, suas raízes descem e ao atingir o solo, começam a se transformar em poderosas raízes. Quem a vê imagina que seja pra lá de centenária, mas foi devido a um expediente ”nada louvável” que, em menos de 40 anos de pura “ingratidão”, chega a alcançar um avantajado porte: ela estrangulou sua hospedeira – a árvore, que lhe serviu de berço e de escada – da qual se nota ainda algum vestígio de sua “vitima”, quase totalmente emparedado em celulose. As outras árvores que estão em seu caminho sofrerão as mesmas conseqüências. No Estado da Bahia é comum visualizar estes brotos de desenvolvendo até mesmo em construções civis.
O gênero Ficus, da família Moraceae, conta com mais de 1000 espécies, em geral de folha perene, que apreciam climas amenos em regiões tropicais ou subtropicais e são muito usadas como árvores ornamentais. As flores são diminutas e estão ocultas em cápsulas polposas que depois se transformam nos frutos: um doce figo lampo é afinal um estojinho de flores.
Esta imponente árvore abriga a Divindade Ìrókò. Òrìsà raro, ou seja, possui poucos noviços iniciados e consagrado e raramente se vê Ìrókò manifestado em seus filhos. Cultuado principalmente nos terreiros tradicionais da nação de ketu. Sua esposa chama-se Aboman e sua única irmã Ondo. Esta relacionado nos Omo Odu OfunEjioko, Ofun – Irosun e Ofun – Oworin. Ìrókò é o coletivo das Grandes Árvores, Guardião das florestas centenárias e das mudanças climáticas, a representação da dimensão tempo – espaço e o guardião da ancestralidade. Seus mitos o descrevem como com um homem bonito e forte, que passeava a noite pela floresta com uma tocha na mão. Espirito ancestral capaz de muitas mágicas e magias e respeitado por todos os seres. Sua essência impulsa os bons e maus pensamento dos caminhantes, pois é, a divindade de todos eles. Ìrókò, não possui nenhuma representação física além da própria árvore, ou seja não tem “assentamento”, seu àse esta plantado, enterrado “acomodado” entre as poderosas raízes. Seu tronco ostenta uma faixa ou laço branco, alertando aos demais que ali reside o “sagrado”. Delimita-se um espaço para a sua morada com cerce e portinhola. Neste espaço devera conter um fogareiro, utensílios domésticos para o preparo das oferendas, potes e jarros, enfim, todo o ritual de Ìrókò deverá ser realizado neste espaço. Quando a necessidade de “limpar” este espaço, deverá ser usada uma vassoura específica e esta não poderá ser utilizada em nenhum outro espaço do Terreiro. “O que se utiliza na casa de Ìrókò não poder ser utilizado em outra casa.”
Os mitos, nos revelam que os pássaros míticos Kotopori (macho) e Ikujegbe (fêmea) foram os encarregados de espalhar a semente de Ìrókò por diversas florestas.
Muito se tem discutido sobre o culto de Ìrókò na gameleira branca, cujo o nome cientifico Ficus religiosa. O termo Gameleira (Ficus doliaria), além de ser a designação comum a diversas árvores da família das Moráceas especialmente as do gênero Ficus com madeira utilizada para a confecção de gamelas e inúmeros objetos domésticos. Na antiguidade, quando o culto foi estabelecido em nosso país, os antigos sacerdotes teriam “tratado” de que somente poderia haver um iniciado em cada linhagem. Nos tempos atuais, o culto a Ìrókò ainda continua cercado de segredos e mistérios.
Não se pode podar ou mesmo derrubá-la sem que antes seja realizados complexos rituais. Quando haja necessidade de tal, cada pedaço da árvore que se derruba, este deve ser enrolado em pano branco com determinadas substâncias e despachado, num verdadeiro rito fúnebre.
Esta proibição esta fundamentada em uma história de Ifa, que nos revela que Ìrókò antes de vir a Terra, foi consultar Ifá; este lhe aconselhou que renderá homenagem à Esu, oferecendo-lhe um bode, um galo, um facão, um machado de lamina dupla e outros ingredientes, mas este se negou a realizar qualquer oferenda. Se considerava forte e invulnerável, já que seu porte avantajado, causava assombro a todos os seres. E ademas, sua casa era o centro de reuniões dos anciões e anciãs da noite, por isso se sentia tão seguro. Passando um tempo, Esu insatisfeito com a falta de oferenda, se vingou de Ìrókò. Ensinou aos seres humanos a eficácia da magia de seus galhos e folhas, deu-lhe o facão para podar; revelou o quanto era boa e útil a sua madeira, deu-lhe então o machado para derrubar. Esu dedicou todo o seu tempo, a tarefa de que os seres humanos perdessem o medo de Ìrókò e também de que, este não tinha nada de extraordinário, seria simplesmente uma árvore, assim como as outras. Desde esse momento esta madeira é tão cobiçada e proveitosa para os homens que as derrubam sem nenhum escrúpulo para seu próprios beneficios. Assim foi como o grande Ìrókò caiu sob a força da raça humana, como resultado de sua negligencia em oferecer à Esu o que era de direito.
Os troncos não podem ser queimados e as folhas não pode serem cozidas. Não se pode subir nesta árvore, quando for necessário o uso de suas folhas, colhem-se as que despencaram por si só, ou seja as que estão caídas no chão. Aquelas com a parte superior voltada para cima, serão utilizadas para o “bem” e as voltadas para baixo servem para o “mal”. Para se extrair o sumo de suas folhas, se faz uso do pilão e de determinadas substâncias, não pode ser pilada com nenhuma outra folha.
Na África, Ìrókò habita a árvore Igi Ìrókò, de nome científico Chlorophora excelsa , da família das Moraceae que, por se tratar de uma espécie nativa do território africano não existia no Brasil e por condições climáticas não foi para cá transplantada.
Para o povo Yoruba, esta árvore é considerada uma de suas quatro árvores sagradas normalmente cultuadas em todas as regiões que ainda praticam a religião dos Yoruba. No entanto, originalmente, Ìrókò não é considerado uma divindade que possa ser inciado e consagrado na cabeça de ninguém, somente deverá ser reverenciado e ofertado.
Ìrókò
é a morada de diversas entidades, principalmente a de espíritos infantis conhecidos ritualmente como Àbíkú e tais espíritos são liderados por Oluwere. Quando as crianças se vêem perseguidas por sonhos ou qualquer tipo de assombração, é normal que se faça oferendas a Oluwere aos pés de Ìrókò, para afastar o perigo de que estes espíritos maléficos levem embora as crianças da aldeia para o orun. Durante sete dias e sete noites o ritual é repetido, até que o perigo de mortes infantis seja afastado. Nem sempre essas precauções são suficientes para reter as crianças Àbíkú sobre a terra. Iyájanjansà (Chefe da sociedade dos Àbíkú machos) e Olikó (Chefe da sociedade dos Àbíkú fêmeas) são muito mais forte e ambos não deixam agir o que as pessoas tiverem preparado. Contra determinados abiku não há remédios. Iyájanjansà e Olikó os atraíra a força para o Céu.
Inúmeras reuniões de Oso (bruxo) e Àjé (bruxas) são realizadas ao redor da árvore Ìrókò onde são realizados sacrifícios e oferendas as Divindades Tutelar destas Sociedade.
A árvore Ìrókò não pode ser cortada antes de que haja determinados rituais. Obviamente que isto nem sempre é colocada em pratica, visto que sua madeira é altamente resistente e amplamente comercializada no mundo todo. As crenças locais revelam que as casa que a utilizam são assombradas, a própria madeira produz inquietantes ruídos e até mesmo um som horrível. Exemplo disto são portas fabricadas com esta madeira que abrem e fecham sem explicações lógicas.
O culto a Ìrókò é um dos mais populares em terras Yorubá e as relações com esta divindade quase sempre se baseiam na troca: um pedido feito, quando atendido, sempre deve ser pago pois não se deve correr o risco de desagradar Ìrókò, pois ele costuma perseguir aqueles que lhe devem. Ìrókò está ligado à longevidade, à durabilidade das coisas e ao passar do tempo pois é árvore que pode viver por mais de 200 anos.

OBSERVAÇÃO:
Ìrókò, não possui nenhuma representação física além da própria árvore, ou seja não tem “assentamento”, seu àse esta plantado, enterrado “acomodado” entre as poderosas raízes. Seu tronco ostenta uma faixa ou laço branco, alertando aos demais que ali reside o “sagrado”. Delimita-se um espaço para a sua morada com cerce e portinhola. Neste espaço devera conter um fogareiro, utensílios domésticos para o preparo das oferendas, potes e jarros, enfim, todo o ritual de Ìrókò deverá ser realizado neste espaço. Quando a necessidade de “limpar” este espaço, deverá ser usada uma vassoura específica e esta não poderá ser utilizada em nenhum outro espaço do Terreiro. “O que se utiliza na casa de Ìrókò não poder ser utilizado em outra casa.”

saudação de IROKÔ; Irokô zabedi,oru´n aum sá..Iroko chem chem...Irokô Daíba....arodinazaká runtó runtó kojadê....atimboo..yerôo...yeroooo...               ....................... CAMINHOS DE IROkÔ: ...........................IROKÔ ZABEDI---CAMINHA COM Exú......IROKÔ DAÍBA: CAMINHA COM OYÁ                                                

1 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pelo tópico Iyá, um dos mais aprofundados em exclarecimentos sobre Orixá Iroko que já li via internet. Inclusive com caminhos, ou qualidades, dessa complexa e profunda Divindade coisa bastante rara.
Para quem acessar este blog e ter a oportunidade de ler sobre o que foi escrito, guarde com carinho no fundo do baú.
Sua abenção e muito Axé.

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